Exposição
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A exposição “mis piedras — Sergio Camargo” apresentada pelo IAC na plataforma Art Curator Grid, traz ao público uma seleção de imagens fotográficas que apresentam o artista em seus ateliers, seja no contato com a matéria-prima de suas esculturas, seja em processo de reflexão sobre sua produção.
A exposição “mis piedras — Sergio Camargo” apresentada pelo IAC na plataforma Art Curator Grid, traz ao público uma seleção de imagens fotográficas que apresentam o artista em seus ateliers, seja no contato com a matéria-prima de suas esculturas, seja em processo de reflexão sobre sua produção.
Exposições anteriores
Lampejos:
5 modos de
habitar arquivos
Pesquisadores
Adriana Mendes Diogo
Bruna Fernanda
Caio Bonifácio
Messias Souza
Yam França
Apresentação
4 novembro
a partir das 10h
Mostra
4 nov > 25 nov 2023
Horários de visitação
terça a sexta-feira
11h às 17h
sábados e feriados
11h às 16h
entrada gratuita
Local
"[...] a verdadeira imagem do passado
perpassa, veloz [...]"
— Walter Benjamin
Em Lampejos: 5 modos de habitar arquivos, o passado é evocado, não simplesmente como registro, mas como centelhas do tempo, momentos que ressoam efêmeros com intensidade e clareza. É no relampejar desse reconhecimento que o Instituto de Arte Contemporânea coloca em destaque cinco pesquisas distintas, resultantes da Bolsa IAC de Formação em Pesquisa, coordenada por Galciani Neves.
Sérvulo Esmeraldo
na Casa de Las Americas, 1972
Fundo Sérvulo Esmeraldo
Acervo Instituto de Arte Contemporânea
Iole de Freitas
Letra T Tecido do tempo
Fundo Iole de Freitas
Acervo Instituto de Arte Contemporânea
Adriana Mendes Diogo revisita as décadas de 1960 e 1970, olhando para os artistas Antonio Dias, Ivan Serpa e Sérvulo Esmeraldo e revelando como, na interseção de ética e estética, eles desafiaram e denunciaram as mazelas de uma sociedade em crise.
Bruna Fernanda, ao adentrar o acervo sobre Iole de Freitas, questiona os discursos de gênero, resgatando momentos pouco explorados. Mais do que respostas, propõe-se evidenciar as perguntas: o que se destaca e o que se apaga quando abordamos as trajetórias de artistas mulheres?
Caio Bonifácio se dedica a cartas, bilhetes e estudos de Willys de Castro, nos quais o pensamento do artista se forma e se formaliza como texto e imagem. Outrora ameaçados pela força da chuva, agora esses documentos estão resguardados no arquivo, revelando os contornos de uma vida pulsante em registros frágeis.
Messias Souza, ao buscar pela trajetória de Rubem Ludolf, não apenas observa, mas vigia ao mesmo tempo que repara lacunas na histórias da arte, reconstruindo a trajetória de um artista que, mesmo pouco revisitado, deixa seu legado.
Por fim, Yam França percorre os cadernos de Iole de Freitas, através de uma jornada íntima nos manuscritos da artista, desvela seus "acasos" e vocabulário único. Este mergulho culmina em um pequeno dicionário de verbetes.
Iole de Freitas
Glass pieces, life slices (1975)
Fundo Iole de Freitas
Acervo Instituto de Arte Contemporânea
Estes cinco lampejos iluminam arquivos adormecidos, trazendo à tona memórias, histórias e reflexões profundas. Convidamos a todos para habitá-los e redescobrir o passado através de novas lentes.
Confira abaixo o resultado das pesquisas.
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a pesquisa e baixar os Zines
Resultados
de pesquisa
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Adriana Mendes Diogo
O Tempo do Artista: Estudo sobre ética e estética nas obras de Antonio Dias, Ivan Serpa e Sérvulo Esmeraldo nas décadas de 1960 e 1970
Em 1964, um mês após o golpe militar, o contraventor Cara de Cavalo foi caçado e assassinado por policiais que compunham o grupo de extermínio Scuderie Le Coq, sensibilizado com essa morte, Hélio Oiticica criou em 1966 a Bólide Caixa 18 – B33. Para Oiticica, esta obra era mais que uma homenagem, era uma denúncia contra uma sociedade excludente, que precisa de uma reforma completa. Assim sendo, Oiticica nomeou de “momento ético” o período político e social vivido no Brasil, defendendo um posicionamento dos artistas, que deveriam trabalhar os elementos éticos e estéticos para denunciar as mazelas da sociedade e combater os condicionantes sociais por meio da arte. Diante da questão ética e estética colocada por Hélio Oiticica, selecionei três dos artistas que fazem parte acervo do Instituto de Arte Contemporânea (IAC), que são Ivan Serpa, Antônio Dias e Sérvulo Esmeraldo a fim de investigar como tais artistas trataram em suas obras as questões éticas e estética suscitadas nas décadas de 1960 e 1970."
Adriana Mendes Diogo (Guarulhos - SP, 1989) é educadora e pesquisadora nas áreas de história da arte, história social da arte, história das mulheres, sociologia da arte. É bacharel e licenciada em Ciências Sociais (2014) e História (2023) pela Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP (FFLCH-USP). Desde 2021, participa do Laboratório de Teoria e História da Imagem CuirQueer (LATHICQ-USP) e do Grupo de Pesquisa em Gênero e História (GRUPGH-USP).
Bruna Fernanda
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“Haveria alguma coisa feminina nestas obras?”
Discursos sobre gênero a partir do arquivo de Iole de Freitas no IAC
"Discute-se, a partir do arquivo do IAC, a fortuna crítica sobre a trajetória da artista brasileira Iole de Freitas, tanto internacionalmente, quanto nacionalmente, a partir de questões orientadas por uma compreensão política do gênero - isto é, uma leitura da categoria como uma prática discursiva que informa e conforma o sistema artístico. Foram retomados, através da pesquisa documental, momentos da trajetória da artista cujos registros foram pouco explorados, como é o caso das exposições e textos que vinculam Iole de Freitas às práticas e poéticas feministas da década de 1970. De outro lado, também foram discutidas produções textuais que referem-se a seus trabalhos através de léxicos generificados que parecem homogeneizar sua poética em termos determinados por seu gênero. Mais do que respostas, o propósito aqui é evidenciar as perguntas: o que se destaca e o que se apaga quando abordamos, seja em textos críticos, eventos ou exposições, as obras e as trajetórias de artistas mulheres?"
Bruna Fernanda (São Paulo, 1996) é pesquisadora, curadora e educadora. Possui graduação em História pela FFLCH USP e realizou intercâmbio acadêmico em História da Arte na Universidade do Porto, em Portugal. Atualmente, faz mestrado em Culturas e Identidades Brasileiras no IEB USP. Foi educadora no MAC USP, no SESC Pompéia, no Cursinho Popular da FFLCH, entre outros. Publicou textos em revistas acadêmicas e projetos expositivos. Faz parte da equipe de gestão do espaço de arte independente Ateliê397, do coletivo feminista Vozes Agudas e do grupo de pesquisa Gênero, Arte, Artefatos e Imagens (GAAI-USP).
Caio Bonifácio
Razão e sensibilidade: reflexões a partir de
cartas, bilhetes e estudos no Fundo Willys de Castro
“'O acervo vem de uma chuva muito forte' – que entrou pelo estúdio de Willys e levou seu companheiro, Hércules Barsotti, a buscar um lugar mais seguro para os documentos. Depois de um certo trajeto, eles passaram a compor o Fundo Willys de Castro, sob a guarda do Instituto de Arte Contemporânea (IAC). A partir do encontro com esses papéis frágeis, repletos de histórias e pensamentos incompletos, e com a orientação da Galciani Neves, cheguei a uma série de questões a respeito dos sentidos do arquivo, do afeto inscrito nas correspondências e dos dilemas da criação poética com linguagem geométrica. As novas indagações que surgiram no caminho e as tentativas de dar uma resposta a essas questões tomaram a forma de ensaios críticos de história e arte: um vídeo, dois fanzines e um caderno de cópias."
Caio Bonifácio (São Paulo, 1996), nascido e criado na Brasilândia, é artista, curador, pesquisador e professor. Licenciado em Artes Visuais pela Universidade de São Paulo, faz curadoria de ciclos formativos para o CPF Sesc, junto com Tania Rivitti, e dá aulas de Artes no ensino básico. Foi professor de História da Arte no Cursinho Popular da ACEPUSP, editor da Revista Tonel – publicação independente de arte –, curador e pesquisador de diversas exposições realizadas no Ateliê 397 entre 2022 e 2023.
Messias Souza
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Rubem Ludolf: mal maleável, ave.
"Ao pesquisar por artistas naturais de Alagoas, descobri as obras de Rubem Ludolf (1932-2010), um conterrâneo cujas telas cheias de formas geométricas e cores vivas cativaram profundamente meu olhar. Rubem foi um artista notável pela sua produção e associação ao Movimento Concretista nas décadas de 1950 e 1960, além de sua participação no importante Grupo Frente. No entanto, a escassez de suas imagens e informações precisas sobre sua biografia despertaram minha curiosidade. Apesar de ser mencionado pela crítica como membro do Grupo Frente, Ludolf é um dos artistas do grupo que não possui sua própria biografia publicada, seu trabalho é pouco divulgado e boa parte de suas imagens não estão disponíveis na internet. A partir do arquivo do Instituto de Arte Contemporânea (IAC) retomo valiosas informações, trazendo à público pela primeira vez raras fotografias e parte de sua trajetória pouco explorada pela crítica. Como desdobramento da imersão no acervo do IAC, apresento o compilado de sete biografias que resultaram em uma pequena publicação que pretende valorizar produções desse artista e, de algum modo, reparar parte dessa história pouco contada."
Messias Souza (Mata Grande - Alagoas) é artista visual
e pesquisador, bacharel em Artes Visuais (2022) pela Faculdade Metropolitanas Unidas (FMU) e mestrando
em Artes Visuais pelo Instituto de Artes da Universidade Estadual Paulista (UNESP). Integra o Grupo de Pesquisa Arte Construtiva Brasileira e Poéticas da Visualidade - UNESP. Enquanto artista visual desenvolve seus trabalhos
a partir de memórias ancestrais garimpadas em antigos álbuns de fotografia. Através de colagens, instalações, performances, intervenções manuais e processos de experimentações sob suporte fotográfico, ficciona
memórias e preenche lacunas como uma garantia de serem lembradas e continuarem vivas suas ancestrais LGBTQIA+.
Yam França
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Diálogos imprevisíveis — um mergulho
nos cadernos da artista Iole de Freitas
"Investigar os manuscritos de Iole de Freitas contidos nos cadernos abrigados no Instituto de Arte Contemporânea foi, para mim, um ritual meticuloso: colocar luvas, folhear cada página, fotografar detalhes e desvelar pormenores. À primeira vista, encontrei pequenas anotações que chamei de “acasos”, ocultas sob a magnitude dos cálculos e projetos necessários para construção de seus trabalhos monumentais. Aos poucos, fui tomando conhecimento do vocabulário inventado pela artista para elaborar tempos distintos, por vezes estruturais, outras emocionais e até, espirituais. Em diálogo com os “acasos” de Iole, percebidos dentro desses pequenos objetos de papel, pude testemunhar os “rastros de presença” da artista, e iniciar, assim, minhas próprias escritas, para compilar um dicionário de verbetes."
Yam França (Rio de Janeiro, 1993) trabalha com comunicação e design. Suas ações são independentes e experimentais, buscando aproximar poesia, artes visuais e design editorial. Em 2016, iniciou sua formação em Artes com ênfase em Gravura na UFRJ. Atualmente, estuda Comunicação Digital e Marketing, no programa de pós-graduação da ESPM. Além disso, é colaborador da Revista Estudos Transviades — voltada para publicação de pessoas transmasculinas.