top of page

Seminário
online

O seminário online "Guy Brett: nosso amigo inglês", organizado pelo Instituto de Arte Contemporânea, busca celebrar essa longa e profícua amizade e traz a reflexão de artistas e críticos que conviveram com ele. 

  • Preto Ícone YouTube
  • Preto Ícone Instagram
  • Preto Ícone Facebook
  • Preto Ícone Pinterest
Guy Brett_halftone_crop.jpg

Seminário

Guy Brett:

Nosso amigo inglês

18/03/2021

Quinta-feira > 10-12h30

Apresentação e mediação 
Gabriel Pérez-Barreiro

IAC

Raquel Arnaud

Marilucia Bottallo

Convidados 
Jac Leirner
Paulo Sergio Duarte
Ronaldo Brito
Waltercio Caldas

Plataforma Zoom
18 de março de 2021
Quinta-feira
> 10-12h30

Assista o seminário no canal do Instituto de Arte Contemporânea, no YouTube.

  • YouTube

Guy Brett tornou-se conhecido por sua extensa atuação como crítico de arte e curador. No entanto, também foi membro de conselhos editoriais, fundou um Centro de Estudos, criou grupos de discussão, foi consultor em artes visuais, foi professor, fez palestras em vários países do mundo e, acima de tudo, interessou-se pela arte e pelos artistas. Nesse percurso, fez amigos ao redor do mundo e, para o Brasil e a arte brasileira, tornou-se um interlocutor muito especial. Escreveu sobre a obra de vários artistas e organizou mostras antológicas. 

O seminário online Guy Brett: nosso amigo inglês, organizado pelo Instituto de Arte Contemporânea, busca celebrar essa longa e profícua amizade e traz a reflexão de artistas e críticos que conviveram com ele. O curador Gabriel Pérez-Barreiro mediará uma conversa com a presença de Jac Leirner, Paulo Sergio Duarte, Ronaldo Brito e Waltércio Caldas, que falarão sobre essa relação entre a arte brasileira, seus artistas e o crítico. Além disso, Raquel Arnaud dará um breve depoimento sobre o período em que Guy Brett tomou conhecimento da arte brasileira, e Marilucia Bottallo apresentará algumas fontes documentais sobre o crítico presentes na coleção do IAC.

Depoimento
de Raquel Arnaud

signals_camargo.png

Periódico da Galeria Signals

(Signals, #5, Dec 1964 – Jan 1965)

matéria de capa sobre a exposição de Sérgio Camargo, Galeria Signals, Londres

É uma honra para nós homenagearmos nosso querido amigo Guy Brett, o consagrado escritor e crítico britânico falecido em 1º de fevereiro.


Em 1960, Guy Brett e Paul Keeler fundaram a Galeria Signals em Londres, um marco importante na divulgação de artistas construtivistas, cinéticos, latino-americanos na Inglaterra.
Guy era muito jovem, mas tinha grande sensibilidade seletiva na escolha dos seus artistas.


O primeiro contato de Guy Brett com o Brasil foi quando conheceu o artista Sergio Camargo, que na época residia em Paris e que passou a integrar o selecionado grupo de artistas da Signals.


Sua estreita relação com Guy Brett e Paul Keeler o levou a insistir que viessem ao Brasil para a 8ª Bienal de São Paulo e conhecessem Lygia Clark, Hélio Oiticica e Mira Schendel, que com ele participavam daquela edição de 1965. Nessa Bienal Camargo recebeu o prêmio de Maior Escultor Brasileiro. Guy Brett veio como articulador do jornal The Times.


Em carta de Mira Schendel ao Sergio, que consta na documentação no IAC, ela agradece a Camargo por apresentá-la a Guy Brett e Paul Keeler.

 

Caro Sergio,

Agradeço por enviar Paul Keeler e Guy Brett,

pois foi um encontro memorável.

Desse encontro, Mira Schendel foi convidada para uma coletiva na Signals em 1965 e em 1966 fez uma exposição com duração de apenas duas semanas devido ao fechamento da galeria. Nunca foi publicada a edição do boletim da SIGNALS dedicado ao trabalho de Schendel que foi planejado para acompanhar a exposição.


A duração da Signals lamentavelmente foi breve, mas Guy Brett continuou com forte vinculo e admiração pelos artistas brasileiros.


Foi o Sergio Camargo, artista da minha galeria, quem me apresentou ao Guy, que se tornou amigo e também incentivador do IAC.
Quando Sergio Camargo faleceu e já era responsável pelo seu espólio, precisávamos fechar o seu ateliê em Massa-Carrara. Ronaldo Brito e Guy Brett me acompanharam nessa triste missão para nós três.


Guy Brett era incansável, fez inúmeras curadorias e foi autor de vários livros, tais como: Kinetic Art (1968), Through Our Own Eyes (1986), Exploding Galaxies: The Art of David Medalla (1995), Transcontinental: Nine Latin American Artists (1998), Force Fields: Phases of the Kinetic (2000), Carnival of Perception: Selected Writings on Art (2004), Brasil Experimental (2005), Anne Bean: Autobituary (2006), Oiticica in London (2007), Georges Vantongerloo: A Longing for Infinity (2010).


A partir de 2016, aprendeu a conviver com a doença de Parkinson que o vitimou. Nos seus últimos anos de vida, conseguiu ver publicado pela Fundação Cisneros, em 2016, o livro Conversation with / en Conversación de Ariel Jiménez e Waltercio Caldas, com seu importante ensaio introdutório. Em 2019, a Ridinghouse editou publicações do seu último livro, The Crossing of Innumerable Paths: Essays on Art, que é a coletânea de outros 14 artistas latino americanos. Nesse mesmo ano, foi convidado pela diretoria da Tate Modern, Frances Morris a fazer a curadoria da exposição “Elétricas e Magnéticas” do artista grego Takis, com 19 obras de 1960 da sua coleção, inaugurada em 3 de julho de 2019.


Pela sua habitual delicadeza, no livro que acompanhou a exposição da Tate, Guy Brett agradece a Frances Morris por esse convite, mesmo conhecedora de sua doença de Parkinson. Agradeceu também seu cocurador Michael Wallen pela sua paciência.

THE EMAIL I WAS ABOUT TO SEND YOU

From: Alexandra Brett
To: Raquel Arnaud

Guy Brett, 2021

Dear Raquel

For the last six months Guy’s Parkinson’s had him in constraints, frustrated that he was no longer able to read or write. 
Therefor yesterday in the comfort of our home and luciana, he decided to set off to explore new horizons, to worlds unknown, as he always did during his life time.

I think he felt as Yuan You, The Far-off Journey when he wrote:

I cannot wait to start journeying; winged angeles on the Hill of Cnnabar are waiting to lead me to the homeland of the Deathless
I wash my hair in the valley of the sun at dusk dry out my body by the Nine Orbs
suck the fine liquid of the fountain of Fligh …
Curbing my questioning mind I rise into the haze  embrace a floating cloud 
fly upwards tell celestial watchman to unlock the gate
roll Heaven’s portals clear make way for me!!

As soon as the Coronavirus  restrictions are lifted we are going to organise an event to celebrate his life in which we would all  you to be there. 

A huge hug with much love 

Alexandra Brett

Paul Keeler, Sérgio Camargo,

Guy Brett, Christopher Walker, David Medalla e Gustav Metzger, enviando o "boletim de notícias da Signal", 1964. © Clay Perry, England & Co.

Paul Keeler, Sérgio Camargo, Guy Brett, Christopher Walker, David Medalla e Gustav Metzger

Mira Schendel: 

Stimulating Space

TateShots

Aqui, Brett se lembra daquele primeiro encontro e fala sobre a importância da obra de Schendel ao reinventar a linguagem do modernismo europeu em um contexto brasileiro. A exposição da Tate Modern foi a primeira pesquisa internacional em grande escala de seu trabalho. Ele revela aspectos dos diálogos de Schendel com uma ampla gama de filósofos e pensadores, bem como seu envolvimento com ideias universais de fé, autocompreensão e existência.

bottom of page
...